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SANTA CASA RELEMBRA ATUAÇÃO DAS FREIRAS NO HOSPITAL
30/08/2024

A atuação das irmãs na Santa Casa de Piracicaba foi relembrada pela diretoria do hospital com documentos e fotos que contam a história dos 170 anos de fundação da entidade. Presentes no local desde 1911, a participação das freiras passou por diversos momentos importantes dentro da instituição, desde a mudança das irmãs dominicanas portuguesas pelas franciscanas brasileiras, passando pela construção da capela, a rotina religiosa e administrativa do hospital.

Eleito provedor da Santa Casa de Piracicaba em 31 de janeiro de 1915, Oscarlino Dias teve como uma de suas primeiras ações anunciar a substituição das irmãs dominicanas portuguesas, que atuavam no hospital desde 1911, pelas irmãs franciscanas, brasileiras. O contrato entre a Santa Casa e a Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, de Campinas,foi firmado em 1º de agosto de 1915, transferindo às irmãs a direção interna do Hospital, sob a responsabilidade de uma superiora, que tinha plena autonomia no exercício de suas funções.

A saída das irmãs dominicanas aconteceu no dia 31 de julho, dia em que chegaram as irmãs Beatriz do Coração de Maria, Clara Maria da Santa Face e Rita Maria de Cássia, acompanhadas pela irmã Ignez Meneghetti, superiora geral das irmãs franciscanas. Cinco dias depois, chegariam as irmãs Escolástica e Rosa Maria do Coração de Jesus, nomeada madre superiora da Santa Casa, cargo que, em 1918, passaria a ser ocupado pela Madre Canuta Maria de Assis.

As irmãs, que deveriam atuar em número mínimo de seis, poderiam ser substituídas a qualquer momento pela superiora. Pelo contrato, quando enfermas, elas seriam tratadas gratuitamente no próprio Hospital, onde teriam também um dormitório especial, duas saletas para suas refeições e trabalhos de costuras entre outros afazeres.

Além da residência, sustento, luz e roupa lavada, cada irmã recebia, a título de gratificação mensal, a quantia de 40$000 réis, entregues à superiora, que detinha também a prerrogativa de demitir e nomear os empregados, bem como supervisionar os serviços das enfermarias, banheiros, cozinha, lavanderia e as atividades relacionadas aos serviços econômico-administrativos e ao cumprimento do Regimento Interno do Hospital.

Eram as irmãs também as responsáveis pelas visitas diárias ao Hospício Barão da Serra Negra, encarregando-se de sua direção interna, sem assumirem, no entanto, a obrigação de tratar dos alienados. Elas fiscalizavam o fornecimento de alimentos e materiais feitos para servir ao Hospital, ao Hospício e ao Asilo de São Lázaro.

O Livro Tombo da Congregação Franciscana revela que, além dos serviços administrativos e de Enfermagem, as irmãs eram responsáveis ainda pela organização dos compromissos religiosos, como missas, retiros espirituais, trabalhos de catequese, visitas canônicas e conferências, realizadas pelos freis. Cabia a elas também“o dever nobre de ensinar o catecismo aos pobres doentes fazendo-os compreender o modo de se confessarem e o tempo da ação de graças depois da Santa Comunhão e até mesmo determinar-lhes um número certo de orações para esse exercício”.

Além da retaguarda ao atendimento às necessidades físicas dos doentes, havia uma preocupação também com o preparo espiritual das irmãs que atuavam junto aos pacientes e, em uma das cláusulas do contrato, a Santa Casa se comprometia em manter a Capela para o livre exercício do culto catholico, sendo capellão um padre Capuchinho, ao qual era dada uma mensalidade de 50$000 para sua condução.

As primeiras irmãs enfermeiras da Santa Casa de Piracicaba formaram-se em Sorocaba, no Curso de Enfermagem ministrado junto ao hospital da cidade. A instituição abrigava à época as irmãs que prestavam serviços àquela comunidade e, também, irmãs estudantes de outras cidades. O Curso era custeado pela própria Congregação ou pelas Santas Casas de Misericórdia em que trabalhavam.

Sob o comando das irmãs franciscanas, o movimento religioso na Capela começou a aumentar e, em 1926, foram registradas 118 missas, 2.931 comunhões, 19 práticas, 21 viáticos, 10 bênçãos, quatro casamentos, 29 encomendações e seis batizados. Em 1928, a Congregação passou a realizar conferências, extrema unção e a formar o primeiro grupo de primeira comunhão, com 31 participantes.

Naquela época, a direção da Santa Casa estava a cargo da madre superiora Noemia Maria da Eucaristia e as irmãs franciscanas do Coração de Maria sofreram uma dura perda, aos 6 de setembro de 1950, quando faleceu Mamãe Cecília, fundadora da Congregação, substituída em 1952 pela madre Elisabete Maria da Santíssima Trindade.


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