Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

Santa Casa de Jacareí realizou 1º Simpósio de Doação de Órgãos
01/10/2015

Encontro reuniu profissionais da área de saúde, estudantes e autoridades; ao final, testemunho de transplantado emocionou a todos

 
A Santa Casa de Jacareí realizou na terça-feira (29) o 1º Simpósio de Doação de Órgãos. O evento aconteceu na Secretaria de Educação e reuniu cerca de 130 pessoas entre profissionais da área de saúde, autoridades e estudantes.
 
Diversas palestras foram proferidas ao longo do evento, onde os profissionais especialistas com reconhecimento na área puderam transmitir aos participantes, as experiências vividas ao longo dos anos nas captações. 
 
Na abertura do evento, Meire Ghilarducci, superintendente da Santa Casa, destacou o momento como especial para mostrar o trabalho desenvolvido pelo hospital. “Nossa comunidade precisa conhecer esse serviço. Temos uma equipe de captação muito capacitada, fazendo a diferença. Precisamos falar do SUS que dá certo”, afirmou.
 
Já a diretora de planejamento e regulação de serviços de saúde de Jacareí, Henriqueta Prado Fernandes Soares, disse que valorização profissional faz toda a diferença na qualidade do serviço prestado. “Fico feliz em ver muitas pessoas dispostas a dar continuidade a esse trabalho”, declarou.
 
Números
 
De acordo com José Maria Monteiro Neto, coordenador intra-hospitalar de captação de órgãos da Santa Casa de Jacareí, pelo menos 32.000 pessoas estão na fila para receber um órgão no Brasil.
 
Ainda segundo Monteiro, o hospital já é o segundo da região do Vale do Paraíba que mais realizou captações. “Em apenas um ano, a Santa Casa teve 96 órgãos ofertados, 35 captados e 30 transplantados. Alcançamos uma taxa de 70% de consentimento”, concluiu.
 
O superintendente do Banco de Olhos de Sorocaba, Edil Vidal de Souza, contou um pouco da história da entidade destacou a parceria com a Santa Casa de Jacareí. Em média, 500 córneas são captadas por mês no Estado de São Paulo e desta, de 250 a 300 são transplantadas.
 
“O Vale do Paraíba também está inserido nesses números. Só no mês de setembro a parceria entre o BOS e a Santa Casa realizou a captação de sete córneas”, falou.
 
Conscientização 
 
O médico Luiz Antônio da Sardinha, coordenador da Organização de Procura de Órgãos da Universidade de Campinas (Unicamp) foi um dos palestrantes. A OPO auxilia os hospitais que tem pessoas que podem ser doadoras de órgãos e tecidos, no processo de diagnóstico de morte, na conversa familiar e na efetivação da doação.
 
Segundo ele, a conscientização da família do possível doador ainda é a maior dificuldade no trabalho de convencimento. “A família sofre muito na perda, no momento da confirmação da morte do seu ente querido. Ela precisa ser muito bem tratada e informada para que tenhamos um retorno positivo.”
 
Testemunho
 
Um dos momentos mais emocionantes do simpósio foi a participação de Alexandre Barroso, 56 anos, três vezes transplantados e um verdadeiro exemplo de amor pela vida. Há oito anos o jornalista e publicitário foi diagnosticado com hepatite e câncer de fígado.
 
“Por causa da minha condição, eu entrei na fila. A fila de doação de órgãos é uma das poucas coisas que funciona no Brasil, uma fila honesta, por prioridade. Eu tinha uma condição de câncer, um fígado necrosado e fibrosado e em menos de uma semana eu fui contemplado”, disse.
 
Mas a luta de Barroso não terminou aí. Seu primeiro transplante não deu certo e ele precisou voltar à fila de transplantes. “Eu voltei para fila de novo com prioridade, já que eu tava tendo falência múltipla de órgãos. Perdi rim, o segundo fígado, perdi pulmão, fiz duas angioplastias de coração, reconstituição da bílis, tive infecção generalizada, hérnia e barriga d’água, e um ano e meio de hemodiálise”.
 
Ele viajou 2.300 km para dar o seu testemunho durante o simpósio e dizer o quanto é importante a doação de órgãos. “É fundamental que as pessoas falem disso, que a mídia fale disso. Precisamos falar da doação de órgãos, que há resultados bons. Precisamos replicar tudo isso às pessoas. A doação de órgãos é honesta e funciona. O sistema é honesto é funciona e as Santas Casas e o SUS funcionam.”      
 
Ao finalizar sua fala, Barroso deixou uma mensagem “Faça o que você puder fazer por você mesmo doando-se a outro, amando, creia, queira, acredite, viva mais, sorria mais, ame mais, doe-se.”
 
O encontrou contou ainda com a participação de André Ramos Carneiro, do Núcleo de Captação de Órgãos do Albert Einstein.
 
*Informações Santa Casa de Jacareí