Santa Casa pretende implantar usina de oxigênio em busca de economia
17/11/2015
Como forma de tentar conter a crise financeira a Santa Casa de Misericórdia de Santa Cruz do Rio Pardo, busca formas de economizar. A próxima meta é a implantação da usina de oxigênio e outros gases, isto porque nos últimos dez meses a alta no valor do produto foi bastante significativa. O custo mensal para o hospital passou de R$ 19 mil para R$ 65 mil.
Com a usina própria o valor gasto por mês cairia para R$ 15 mil. O investimento para construção gira em torno de R$ 470 mil.
Uma das alternativas seria a mudança da aplicação de uma emenda parlamentar encaminhada pelo deputado federal Milton Monti (PR), tendo em vista que a mesma foi especificada para compra de equipamento de raio-x e aparelho cirúrgico de videolaparoscopia. “Contudo a contenção com os gastos com o oxigênio, é mais urgente neste momento. A economia seria de R$ 15 mil por mês” ressalta o provedor, Mércio de Souza.
O pedido de modificação do objeto da emenda foi protocolado na Diretoria Regional de Saúde, em Marília, que deve encaminhar o documento para Secretaria da Saúde do Estado. Caso a alternativa da utilização da emenda parlamentar não seja possível, a intenção é executar a obra por meio de financiamento. A estimativa é de três meses para conclusão da usina.
Atualmente o oxigênio utilizado na Santa Casa de Santa Cruz é fornecido pela White Martins. No entanto, os pagamentos dos últimos meses estão atrasados e a empresa notificou o hospital para regularização, inclusive com pena de corte no fornecimento e quebra de contrato. Para impedir que a situação prejudique os pacientes, a Santa Casa entrou com ação cautelar para evitar a suspensão do fornecimento.
A medida proposta pelo provedor Mércio de Souza de construção da usina foi aprovada durante encontro de representantes da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), na Assembleia Legislativa, na última quinta-feira (12).
“A federação apoiou a ideia, pois a crise tem feito com que tomemos decisões que serão impactantes no dia a dia”, disse Mércio.
ATO
Durante Ato Público em favor das Santas Casas, promovido na semana passada, o presidente da Fehosp, Edson Rogatti apresentou um panorama assustador para as entidades filantrópicas.
Entre as informações que chamam a atenção está a alta de 400% do INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor), 1000% do gás de cozinha, água a energia elétrica nos últimos 12 anos. Na contramão deste avanço nas despesas a tabela utilizada pelo governo para remunerar os hospitais filantrópicos subiu 93%. “Essa defasagem que está levando as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos a fecharem suas portas”, diz trecho do discurso de Rogatti.
Ainda durante o encontro foi formada uma comissão de agentes públicos, representantes das Santas Casas e deputados estaduais para sensibilizar o Ministério da Fazenda.
O principal objetivo é impedir o Governo Federal de parcelar os recursos para pagamento dos funcionários em duas vezes de 50%. Assim, 50% do teto destinado a média-Santa Casa de Santa Cruz- e alta complexidade deve ser repassado no dia 10 de dezembro e os outro 50% no dia 2 de janeiro de 2016.
Na Santa Casa de Santa Cruz a preocupação é com o pagamento de novembro, dezembro e décimo terceiro salário dos 250 funcionários da Santa Casa do município. Para custeio destas três obrigações seriam necessários R$ 960 mil, destes R$ 660 mil são repassados pelo Governo Federal.
“Desta forma não chega ao próximo ano e grande parte desta situação é gerada também pelo fato de que muitas prefeituras estão inadimplentes conosco, além de dívidas referentes aos atendimentos particulares e convênios”.
*Informações Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo
*Informações Santa Casa de Santa Cruz do Rio Pardo