Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

Santa Casa introduz sal de ervas na dieta de pacientes
27/11/2015

Receita leva produtos naturais e quantidade reduzida de sódio, elevando a qualidade de vida de pacientes em hemodiálise

 
Após estudos científicos, o sal tem recebido nos últimos anos o título de vilão da boa alimentação. Tudo por conta de seus efeitos prejudiciais à saúde, que vão da hipertensão ao AVC (Acidente Vascular Cerebral), entre uma série de doenças cardiovasculares. 
 
Muitos portadores de doenças crônicas, por exemplo, são praticamente obrigados a eliminarem o sal no preparo dos alimentos. Mesmo sabendo dos benefícios da redução deste tempero, são inúmeras as reclamações por conta da alteração no sabor dos alimentos provocado pela redução ou ausência do sal.
 
Em busca de uma alternativa que consiga conciliar a orientação médica ao paladar mais aguçado dos que preferem comidas mais temperadas, o Departamento de Nutrição da Santa Casa de Piracicaba, em parceria com estudantes estagiários do  curso de Nutrição da Unimep, resolveu criar uma oficina com pacientes da Unidade de Hemodiálise para apresentar a eles o sal de ervas, o novo 'queridinho' da nutrição.
 
Durante a exposição do produto, um carrinho com macarrão instantâneo e caldo de carne, entre outros temperos prontos, tiveram a quantidade de sal existente exposta, revelando o quanto a ingestão desse tipo de alimento pode prejudicar ainda mais pacientes em hemodiálise.
 
A nutricionista Claudenice Sterde, coordenadora do Departamento de Nutrição, revela que o paciente renal sente muita sede; no entanto, o consumo de líquido precisa ser restrito e, neste processo, o sal é um inimigo em potencial por aumentar a retenção de líquido no organismo. "Viemos mostrar que a troca do sal convencional pelo sal de ervas, que leva apenas componentes naturais, é mais saudável e deixa os alimentos saborosos”, disse.
 
Segundo ela, a eficácia desta mudança dietoterápica permite que os pacientes diminuam o consumo de sódio, sem promover a diminuição do sabor dos alimentos. “A Santa Casa já utiliza ervas e condimentos naturais para realçar o sabor dos alimentos no preparo das refeições dos pacientes em dieta hipossódica, aquelas com menos sal”, explica, lembrando ainda que o sal de ervas foi testado e poderá ser agregado à dietoterapia de pacientes com indicação de dietas modificadas no Hospital, a exemplo também dos hipertensos e cardiopatas.
 
O médico nefrologista Alex Gonçalves, diretor técnico da Unidade de Hemodiálise, revela que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a ingestão de sal é de 5 gramas ao dia. Porém, a última pesquisa realizada pela Ministério da Saúde (POF - Pesquisa de Orçamento Familiar), verificou o consumo médio diário de 12 gramas de sal, mais que o dobro recomendado. “Para pacientes em terapia renal substitutiva, o consumo deve ser menor que 5 gramas", explica o médico, lembrando que a receita elaborada para o sal de ervas contém  2 gramas de sal para ser consumido nas refeições durante o dia.
 
A mistura é simples e acumula os efeitos benéficos das plantas, que podem variar de acordo com a preferência de cada um. A receita básica inclui sal, orégano, alecrim, manjericão e salsinha. O orégano tem alto poder antioxidante e propriedades anti-inflamatórias e antibacterianas. O alecrim tem ação antioxidante e cicatrizante, inibindo o crescimento de bactérias. O manjericão é rico em magnésio, ferro, cálcio e vitamina C. Possui flavonóides que protegem as estruturas celulares, os cromossomos contra a radiação e contra os efeitos dos radicais livres. A salsinha auxilia no tratamento de cálculo renais.

*Informações Santa Casa de Piracicaba