Inflação começa o ano pressionada por alimentos, serviços e transportes.
22/01/2016
RIO - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,92% em janeiro, uma desaceleração em relação a dezembro (1,18%), mas a maior variação para o mês desde 2003. Com o resultado, o índice acumula alta de 10,74% em 12 meses até janeiro de 2016.
O dado divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou dentro do intervalo de estimativas dos analistas consultados pelo AE-Projeções, que esperavam inflação entre 0,84% e 1,05%, e em linha com a mediana, positiva em 0,92%.
Mesmo desacelerando em relação ao mês anterior, o mais elevado resultado entre os grupos ficou com Alimentação e Bebidas (1,67%). Vários produtos alimentícios continuaram com aumento de preços, segundo o IBGE, e alguns deles mostraram alta significativa: cenoura (23,94%), tomate (20,19%), cebola (15,07%), feijão carioca (8,95%), açúcar refinado (7,81%) e cristal (6,67%) e batata-inglesa (7,32%).
A seguir vem Despesas Pessoais (1,00%), o segundo grupo mais elevado no mês, com destaque para: excursão (7,07%), manicure, (2,17%), cigarro (1,51%), cabeleireiro (1,14%) e empregado doméstico (0,77%). O avanço no preço do cigarro, de acordo com o IBGE, reflete parte do reajuste médio de 12%, concedido em 31 de dezembro.
O grupo Transportes, assim como alimentação, também desacelerou (de 1,76% para 0,87%), mas os combustíveis (1,26%) continuaram a pressionar. Eles deram a principal contribuição individual no índice do mês (0,07 p.p.). O litro da gasolina ficou 1,25% mais caro, enquanto o litro do etanol subiu 1,56%.
Houve pressão, ainda, do transporte público (1,12%), devido aos reajustes que se concentraram no mês de janeiro em algumas regiões nas tarifas dos ônibus urbanos, cuja variação ficou em 1,92%, dos intermunicipais, que foi de 2,65%, e do táxi, com alta de 1,47%.
Protagonista da inflação em 2015, a energia elétrica voltou a aparecer entre os destaques no IPCA-15 de janeiro. Neste mês, as contas ficaram 0,81% mais caras. Além da energia, a taxa de água e esgoto subiu 0,71% no IPCA-15 de janeiro. Já o aluguel residencial avançou 0,55%. Com esses resultados, o grupo Habitação teve aumento de 0,57% no período.
(Com informações de Idiana Tomazelli, de O Estado de S. Paulo)
O ESTADO DE S. PAULO