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SP teve 126 casos de microcefalia, mas só 21 ligados a zika, diz secretário
02/02/2016

02/02/2016 00h30 - Atualizado em 02/02/2016 00h32

O estado de São Paulo notificou 126 casos de microcefalia desde novembro, mas apenas 21 possivelmente ligados ao zika vírus, disse o secretário estadual de saúde David Uip nesta segunda-feira (1º), em debate no programa Roda Viva, da TV Cultura.

 “Pegamos os 126 casos e estudamos se a mulher teve um quadro clínico correspondente à zika durante a gestação, se ela teve exames negativos para dengue, chikungunya e outras viroses”, disse Uip. Desta forma se chegou aos 21 casos que foram informados ao Ministério da Saúde.

Desde novembro, quando o governo declarou estado de emergência em saúde pública pelo aumento de casos de microcefalia, a pasta determinou que a malformação passaria a ser de notificação compulsória no país, ou seja, que todos os casos deveriam ser reportados às autoridades de saúde, independentemente de sua causa.

Na semana passada, uma reportagem do jornal “El País” divulgou dados mostrando que o estado de São Paulo não estava informando o ministério sobre a totalidade de casos de microcefalia no território, apenas uma parcela pequena que apresentava evidência de ligação com o zika.

O secretário listou, nesta segunda, outros fatores infecciosos que podem ser causa de microcefalia como os vírus da herpes, citomegalovírus, rubéola e a bactéria Treponema pallidum, que causa a sífilis. “Há um aumento absurdo do número de casos de sífilis no Brasil e a sífilis congênita é causa de microcefalia”, diz. Ele citou ainda causas não-infecciosas como síndromes genéticas, intoxicação por metais pesados, abuso de álcool, abuso de fumo e de drogas ilícitas.

Uip observa que, antes de a microcefalia passar a ser de notificação compulsória, muitos casos não eram registrados e isso deve ser levado em conta ao se analisar os números da doença no Brasil. “Não tenho dúvida da correlação da microcefalia com o zika vírus, mas tenho que levar em conta a subnotificação que havia antes.” Para ele, parte do aumento do número de casos de microcefalia no país pode se dever a esse esforço maior para notificar os casos existentes.


Do G1, em São Paulo