Uma em cada 25 pessoas tem incontinência urinária
14/03/2016
Você sabia que o medo de perder urina involuntariamente devido a incontinência urinária faz com que milhares de pessoas evitem a prática de esportes e atividades sociais? “Até mesmo atos corriqueiros como tossir, espirrar ou dar risada podem provocar a perda de urina e colocar a pessoa em uma situação desconfortável”, adverte o urologista Sílvio Cordeiro, do IUP - Instituto de Urologia da Santa Casa de Piracicaba.
Ele lembra que, segundo dados Sociedade Brasileira de Urologia, a perda involuntária de urina atinge uma em cada 25 pessoas. “É uma condição que afeta dramaticamente a vida da pessoa e tem consequências na qualidade de vida, causando muitas vezes marginalização do convívio social e frustrações psicossociais”, afirma.
Cordeiro explica que a incontinência urinária afeta pessoas de ambos os sexos em diferentes faixas etárias, sendo mais comum entre as mulheres. “As mulheres têm probabilidade duas vezes maior que os homens de apresentar esta condição, por conta da gravidez, do parto e de disfunções hormonais”, explica.
O problema tende a aumentar na menopausa, quando cerca de 40% das mulheres perdem urina de forma involuntária. No sexo masculino, a incidência do distúrbio é menor e cerca de 8% dos homens que passam por alguma cirurgia da próstata vivenciam a incontinência por um período.
Mesmo diante da alta incidência, os tratamentos para esse tipo de disfunção permitem que 75% dos portadores, em média, obtenham melhora dos sintomas. “Os tratamentos se dão por meio de fisioterapia do assoalho pélvico, medicamentos ou cirurgia”, esclarece Cordeiro.
Ele explica que, no caso da bexiga hiperativa, aquela caracterizada por contrações involuntárias da bexiga, que causam uma vontade excessiva de urinar, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso da Toxina Botulínica Tipo A como alternativa de tratamento. “A substância é aplicada no músculo da bexiga, relaxando-o e impedindo as contrações involuntárias e, consequentemente, a perda de urina”, explica o urologista, apontando como vantagem do novo tratamento a redução dos efeitos colaterais.
Causas e prevenção - As causas da incontinência urinárias são as mais variadas e vão desde a ingestão de certas bebidas, alimentos e medicamentos que podem atuar como diuréticos e estimular a bexiga, até infecção do trato urinário, prisão de ventre, gravidez, envelhecimento e obstrução do trato urinário, dentre outros.
O urologista revela que, para prevenir o distúrbio, é preciso evitar o ganho de peso em excesso, para não pressionar e sobrecarregar a região do assoalho pélvico; não exagere no peso de determinados tipos de exercício na academia, como leg press, agachamento e abdominal com grande número de repetições e inclinação; realizar treinamento perineal com fisioterapeuta antes de engravidar, com a finalidade de prevenir possíveis lesões no parto e ajudar na recuperação após dar a luz. Outra dica vai para as mulheres com tosse crônica, que devem deixar de fumar, evitando chance de descida do útero e da bexiga.
Dados de pesquisas nacionais revelam que 27% das pessoas com incontinência urinária não buscam ajuda de um urologista, reflexo da falta de informações, dificuldade de acesso à saúde e, muitas vezes, por constrangimento. “É importante que a pessoa procure se informar com seu urologista sobre as formas de diagnóstico, prevenção e tratamento, e evitar essa condição que afeta substancialmente a qualidade de vida dos brasileiros”, ressalta Cordeiro.
Assessoria de Imprensa-Santa Casa de Piracicaba