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Cai número de transplantes renais no país pela primeira vez em dez anos
17/03/2016

Os dados são da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), de 2015. Os números de doador falecido mantiveram-se estáveis, enquanto os com doador vivo vêm em queda acentuada.

“Precisamos estudar melhor esse fenômeno,”, afirma Roberto Manfro, presidente da ABTO. “Nossas hipóteses incluem a melhora do programa de transplante com doador falecido, cujo sucesso é maior do que 10, 15 anos atrás. Além disso, as famílias têm menos filhos e os pais os têm mais velhos.”

A ABTO também aponta que houve queda no transplante de pâncreas. No total de doadores, porém, o Brasil teve aumento de 5%.

Em números absolutos, o país é o segundo que mais faz transplantes de rim e fígado, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas quando esses dados são corrigidos pelo tamanho da população, o país já não se sai tão bem: ocupa o 25º lugar no ranking. Em 2014, o número de doadores efetivos por milhão foi de 14,2.

Quando há casos de morte encefálica e mesmo assim não há doação de órgãos, a explicação em 44% dos casos está na recusa da família do morto. Por isso, Manfro vê potencial de aumentar o número de transplantes.

“[O crescimento] passa pela conscientização de que o diagnóstico da morte encefálica é seguro, de que o programa de transplante segue preceitos éticos rigorosos e de que os órgãos são alocados para quem mais precisa”, diz.

Hoje, cerca de 31 mil brasileiros aguardam por um transplante. “E a fila tende a aumentar, porque não conseguimos fazer transplantes que atendam a necessidade,” aponta Manfro.

Em 2015, 2.333 pessoas morreram enquanto aguardavam na fila de espera.


Folha de São Paulo